Entrevista – Marcos Gercino da Silva

O post de hoje é uma entrevista com o jovem psicólogo do esporte, Marcos Gercino da Silva. Vale ressaltar que o intuito desse blog não é só compartilhar algumas de minhas idéias e devaneios, mas também divulgar o trabalho dos colegas, inclusive, os “anônimos”, que nem por isso deixam de fazê-lo com respaldo e seriedade. Confira.
Entrevista - Marcos Gercino da Silva
(As imagens foram autorizadas para publicação).
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BlogComente sobre sua formação e sobre a sua carreira?

Marcos: Sou psicólogo formado pelo Centro Universitário de Santo André e graduando do curso de especialização do Núcleo Paradigma de Análise do Comportamento em S. Paulo.

Sempre gostei de esporte, inclusive sou ex-atleta (goleiro de futsal) e escolhi psicologia do esporte para realizar minha formação, quando estava no terceiro ano da graduação, soube que teria a matéria em minha grade curricular, porém somente no último semestre. Perguntei a outros professores quem seria o professor que ministrava tal matéria, fui de encontro a ele, me apresentei e disse que tinha interesse em aprender sobre está área, o mesmo me indicou alguns livros, perguntei também se poderia assistir a alguma aula dele. Enfim, chegou o nono semestre onde tive a oportunidade de realizar um estágio supervisionado por um ano no voleibol masculino na categoria infantil do A.D. São Caetano, no final do mesmo houve a tentativa por parte da treinadora na época de realizar a minha contratação, porém na ocasião não houve a condição financeira para isto, mesmo assim me ofereci a realizar um trabalho voluntário. Naquele momento estava finalizando um curso de extensão em psicologia do esporte e assim fiquei por mais um ano junto com os atletas da categoria.

No Início deste ano houve uma mudança na coordenação do voleibol, fui chamado para uma reunião com os demais treinadores das categorias de base e surgiu uma proposta para a minha contratação bem como o convite para trabalhar na categoria infanto-juvenil.

BlogComo desenvolve seu trabalho com vôlei no A.D. São Caetano?

Marcos: Hoje estou atuando com a categoria infanto-juvenil e desenvolvo o meu trabalho com realizações de anamnese, técnicas de visualização, observações de treino e jogos, intervenções individuais  e em grupo com os atletas e com o treinador.

BlogComo é a receptividade dos atletas e comissão com o seu trabalho? Existe alguma dificuldade que gostaria de compartilhar?

Marcos: Acredito que o fator determinante em relação a receptividade do grupo de atletas e da comissão é a segurança que o psicólogo do esporte deve ter em transmitir o objetivo do trabalho da forma mais clara e transparente possível. Porém, me surpreendeu de forma positiva a recepção que tive com o grupo de atletas deste ano, a grande maioria nunca havia tido contato com algum psicólogo do esporte. Eles me respeitam muito, sempre estão dispostos a ouvir e compartilhar situações que estão nos atrapalhando  e   aquelas que possam nos beneficiar no futuro. Estou muito satisfeito.

BlogEm sua opinião, quais são as principais habilidades psicológicas necessárias a um jogador de voleibol?

Marcos: Percepção, foco de atenção, alto nível de motivação, valorização e interesse em aumentar o rendimento esportivo individual e coletivo. Também incluo, definição clara de objetivos, autoconfiança e capacidade para lidar com acontecimentos inesperados, essas habilidades psicológicas que vão de encontro com a especificidade da modalidade.

BlogSabemos que as seleções brasileiras de base e adultas possuem uma ótima estrutura que se tornou referencial mundial, inclusive. Essa estrutura foi transferida para os clubes? Qual o impacto em sua realidade?

Marcos: O voleibol é hoje um modelo de esporte coletivo a ser seguido no Brasil, não só pelas últimas conquistas, mas sim pela seriedade dos dirigentes que estão à frente do vôlei e pela infraestrutura oferecida aos clubes. Percebo que os clubes têm sim os recursos necessários para a prática do esporte como academia, alojamentos, ginásios com o tipo de piso apropriado, sendo assim, criando um clima favorável para que possam formar novos talentos e impactando de uma forma positiva a todos que trabalham com essa modalidade.

A própria seleção brasileira de vôlei realiza periodicamente convocações para as seleções de base, (mesmo em períodos que não há competição) a fim de observar os atletas e fazer com que eles vivenciem o clima de um centro de treinamento bem estruturado como o de Saquarema no Rio de Janeiro. Além disso, é importante essa experiência para que possam ter a noção de como é ficar concentrado, ficar longe da família, se alimentar bem e ir se acostumando com este tipo de situação para que no futuro não se sintam tão pressionados quando chegar a uma seleção adulta, por exemplo.

Blog Contemos um pouco de sua rotina de trabalho?

Marcos: Tenho uma hora e meia por semana para falar com os atletas, não tenho um dia definido, geralmente utilizo este horário uma única vez por semana antes dos treinos e acabo ficando no ginásio para acompanhar o restante das atividades, no final, me reúno com a comissão técnica. Trocamos informações referentes aos atletas, tabela do campeonato, próximo adversários etc., além de acompanhar todos os jogos em casa e alguns fora. Uma vez por mês, também tenho uma sessão extra de aproximadamente 30 minutos com cada um dos atletas individualmente.

BlogGostaria de compartilhar conosco alguma dica?

Marcos: Agradeço pela oportunidade e espero ter colaborado. Penso que devemos nos aprimorar cada vez mais realizando cursos de especialização, participando de palestras e congressos, a fim de nos tornamos profissionais capacitados a realizar essa função. Vejo atualmente um grande momento de expansão da psicologia do esporte no Brasil, principalmente com a chegada dos principais eventos esportivos que irão ser realizados em nosso país, para tanto, devemos estar preparados para realizar um bom trabalho e agir com ética, só  assim, iremos  ganhar espaços nos clubes e confederações esportivas.

Gostaria de aproveitar o espaço e agradecer de coração a todos os psicólogos do esporte que conheci nestes últimos cinco anos, que de uma forma ou de outra me ajudaram e continuam me auxiliando com trocas de informações. Agradeço também, aos professores do Núcleo Paradigma, bem como os meus colegas de classe.

Indico abaixo algumas bibliografias:

Coleção psicologia do esporte e do exercício; em especial o   volume 5 ( O voleibol e a psicologia do esporte) dos autores: Maria Regina Brandão e Afonso Antonio Machado, editora Atheneu.

Consultoria em Psicologia do Esporte; do autor: Garry L. Martin

Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício; Vol.4 dos autores: Robert S. Weinberg e Daniel Gould , editora Artmed.

Entrevista - Marcos Gercino da Silva

Contatomarcos.gsilva@yahoo.com.br – fone:(11) 96855-6411

Abraços.

Até!!!

 

5 comentários em “Entrevista – Marcos Gercino da Silva”

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