É comum comentários na televisão, no rádio e nas mesas redondas de futebol, dizendo que as cobranças de penáltis em decisões de campeonatos são fruto da loteria. Não é loteria é equilibrio emocional !!!
Craques consagrados, como Zico, Socrátes, Baggio e Platini já perderam penáltis decisivos em copas do mundo. Recentemente Conga, Thiago Neves e Washington desperdiçaram suas cobranças na final da Libertadores entre Fluminense e LDU. Será que esses jogadores desaprenderam a bater na bola naquele momento? Ou a ansiedade e a pressão pelo acerto pesaram na hora da cobrança? Toda emoção e sentimento têm um componente fisiológico que repercute no corpo como um todo não se separa em compartimentos o que é do corpo físico e o que é da cabeça.
Emoções e sentimentos negativos secretam hormônios relacionados ao estresse, que por sua vez aumentam exageradamente os batimentos cardíacos e podem impedir com que os batedores se concentrem adequadamente. A bola pode pesar quilos a mais, a perna treme, os músculos não respondem da mesma maneira, adrenalina e cortisol estão aos montes na corrente sanguinea e podem alterar a atenção.Tudo isso em frações de segundos.
Aos goleiros não cabe fazer nada? Só torcer para adivinhar o canto e defender a cobrança? Não, porém sua tarefa é mais complicada. O goleiro necessita de um bom tempo de reação muito mais do que da flexibilidade nesse momento. Friamente, a propabilidade de acerto do batedor é maior do que a defesa do goleiro, pois o batedor têm inúmeras opções do local onde colocar a bola . Ao goleiro cabe reagir bem a um estímulo e torcer para o acerto.
Os goleiros teriam sucesso em cobranças de penáltis movimentando-se mais nos momentos antes da cobrança, assim como fez Richard goleiro campeão da Copa São Paulo de Futebol Jr. segunda passada, e principalmente Dudek na final da Copa dos Campeões da Europa em 2005.
A explicação é simples, ao movimentar-se o goleiro prepara seu corpo para obter um bom tempo de reação e dessa maneira pode favorecer sua defesa. Ao mesmo tempo, desconcentra o batedor com um estímulo a mais não estático (como a bola e as traves), e com isso pode alterar a percepção do batedor e induzi-lo ao erro.
Na cultura do futebol infelizmente é assim, o maior responsável pela cobrança de penalidades é o batedor, se acertar não fez mais que sua obrigação e se errar é execrado. Ao goleiro cabe, fazer nada mais do que dele é esperado, defender.
As cobranças de penáltis são decididas pelo equilibrio emocional dos jogadores. Pode decidir um campeonato, o destino de um clube e até a carreira de um jogador. Quem não se lembra do Palhinha, atacante, campeão de tudo pelo São Paulo no ínicio dos anos 90, ídolo da torcida. Errou o penálti na final da libertadores de 94 contra o Velez. Ficou marcado por esse erro, que infelizmente, para alguns torcedores fez esquecer tudo o que ele havia feito nos anos anteriores. O jogador após esse episódio não repetiu nem no São Paulo ou em outros clubes o mesmo sucesso que obteve em sua carreira.
Palhinha, Socrátes, Zico, Baggio, Platini, Conca, Thiago Neves, Washington e muitos outros atletas, pipocaram? Amarelaram? Não! Erraram!!! Assim como eu e você quando estamos entorpecidos por emoções e sentimentos negativos e não sabemos como controlar os mesmos.
Aprender a lidar com a pressão em momentos decisivos, a controlar a ansiedade e concentrar-se adequadamente nos momentos mais díficeis durante um partida de futebol ou em qualquer outra modalidade esportiva podem ser desenvolvidos e consequentemente decidir a favor de quem têm esses recursos incorporados em suas rotinas de treinamento.
Abraços. Até!!!
Oi Rodrigo!!
Adorei a iniciativa do Blog.
Os textos estão muito legais e acrescentam bastante.
Espero poder colaborar em breve.
Beijo
Marta (Rosa)
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