Pense numa final de campeonato, por exemplo, é possível observar a tensão que é jogar num ambiente com torcida contra e a favor, com familiares, às vezes com imprensa e transmissão ao vivo. Adversários externos (outra equipe, cobranças) e internos ( medos, ansiedades, descontroles). Se para qualquer atleta adulto situação similar é difícil, imagine para um jovem atleta.
Fator psicológico em finais de competição.
Durante a vivencia do esporte de base não é sempre que numa final de campeonato podemos perceber os talentos individuais, as melhores jogadas, as melhores performances. Às vezes, os aspectos psicológicos negativos se sobressaem e ofuscam a técnica, a tática e até afetam o desempenho físico. Sabendo disso, os jovens atletas deveriam desenvolver uma boa preparação emocional para esses momentos, porém, mesmo com a melhor preparação emocional do mundo, as pessoas podem sentir pressão, angústia, medo e performar menos do que poderiam. Simplesmente, por que falhar é humano, na base deveria ser esperado que esses acontecimentos ocorressem.
Se atletas adultos sentem a pressão de jogar uma final, ficam ansiosos, porque jovens atletas deveriam estar prontos? Participar de eventos como esses, ajuda no desenvolvimento emocional e psicológico quando há intenção por parte de comissões técnicas de realizar tal desenvolvimento. O fato de participar, por si só, não quer dizer nada. Se não houver vontade de ensinar algo não haverá aprendizado nenhum. Mas quando existe essa motivação, os aprendizados podem ser muitos.
Quais são os eventos psicológicos nessas ocasiões?
- controlar o medo, a ansiedade, a raiva, o estresse;
- manter-se concentrado e positivo;
- se expor as dificuldades,
- ter coragem de enfrentar desafios, de arriscar-se.
- a tomada de decisão;
- a comunicação;
- saber receber feedbacks positivos e negativos;
- tolerar as frustrações com erros, com decisões equivocadas, com derrotas.
- ser resiliente;
- se fechar das críticas e xingamentos da torcida;
- saber perder, saber ganhar;
- focar apenas do que deve ser feito naquele momento, controlar as distrações.
Todos esses tipos de vivencias o esporte pode dar de bandeja para a vida de quem pratica se for bem conduzido.
Maturação emocional.
Os jovens atletas terão tempo necessário e os treinadores paciência para esperar a maturação psicológica?
Imaginem no futebol de base, a carga de pressão emocional do qual o jovens atletas convivem? Não existe paciência com as jovens promessas, a depender o time do qual são revelados, esses talentos podem ser a redenção financeira do clube, de suas famílias e de carência por títulos.
Poucos são os atletas que conseguem dar conta de tanta responsabilidade logo no início de carreira. Talvez só os geniais. Esses são as exceções não as regras. Então, falar de desenvolvimento é discutir sobre um processo individual e de longo prazo.
Cada ser humano tem seu tempo de maturação e no esporte dificilmente isso é levado em conta. Por isso, tantos ‘talentos desperdiçados’, tantas promessas não cumpridas. Tantos sonhos arruinados.
Sempre gosto de frisar a importância do papel do psicólogo do esporte para além do desempenho esportivo. A saúde mental é imprescindível para a performance e o sucesso numa carreira esportiva vitoriosa.
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Abraços …
Até !!!