Real Madrid perdeu para a cabeça

Pênalti não é loteria como diz o senso comum, alguns comentaristas e torcedores, já escrevi sobre isso em post anterior http://psicologianoesporte.com.br/esporte/cobranca-de-penaltis-nao-e-loteria/

Real Madrid perdeu para a cabeçaNesse espaço faço um recorte desse post anterior acrescentando fatos novos das cobranças de pênaltis do jogo de hoje da semi-final da Liga dos Campeões da Europa, entre Real Madrd X Bayern de Munique . Os fatores psicológicos  são fundamentias nesses momentos e influenciam sim, positiva ou negativamente.

O Real Madrid perdeu para a “cabeça” e o Bayern de Munique ganhou com o equilíbrio emocional, isso não é um clichê, é um fato! Prestem atenção nas feições, na linguagem corporal  e na tensão no olhar de Cristiano Ronaldo, Kaká e Sergio Ramos,  batedores que erraram suas cobranças para o Real Madrid. Emoções e sentimentos negativos secretam hormônios relacionados ao estresse, que por sua vez aumentam exageradamente os batimentos cardíacos e podem impedir com que os batedores se concentrem adequadamente. A bola pode pesar quilos a mais, a perna treme, os músculos não respondem da mesma maneira, adrenalina e cortisol estão aos montes na corrente sanguínea e podem alterar a atenção.Tudo isso em frações de segundos.

Cristiano Ronaldo sentiu a pressão e a responsabilidade de ser o principal jogador da equipe, Kaká não fez um bom jogo e não tem a confiança do técnico José Mourinho, isso também contribuiu negativamente nesse momento de decisão. Sergio Ramos,  exagerou  na força. Não estou aqui querendo execrar os atletas, ao contrário, quero trazer a reflexão  o quanto os aspectos psicológicos são fundamentais em momentos decisivos.  Não é tarefa das mais simples, decidir o destino de uma grande equipe e conter a paixão de milhares de torcedores no estádio. Será realmente que  estar equilibrado emocionalmente não influencia nessas horas? Eu afirmo, com toda a certeza que sim!!! O fator campo pesou nesse momento, durante o jogo aquilo que era incentivo se tornou um fardo nas penalidades. A torcida do Madrid é extremamente exigente, até porque é o clube com mais conquistas de campeonatos europeus e eleito o melhor time do século 20, com investimentos bilionários.  Jogar diante de seu público que não vê o time fazer uma final europeia há 10 anos pode ser traumático para quem não estiver preparado.

Do lado dos alemães, o goleiro  Neurer principalmente,  conseguiu desestabilizar os jogadores oponentes. A explicação é simples, ao movimentar-se o goleiro prepara seu corpo para obter um bom tempo de reação e dessa maneira pode favorecer sua defesa. Ao mesmo tempo, desconcentra o batedor com um estímulo a mais não estático (como a bola e as traves), e com isso pode alterar a percepção do batedor e induzi-lo ao erro. Já, os atletas do clube de Munique que erraram suas cobranças, por sua vez, também sentiram a pressão dos torcedores adversários e até a responsabilidade de conseguir definir o placar. Não é fácil estar nessa posição e ser vaiado por milhares de torcedores e mesmo assim ter de acertar o chute e vencer o goleiro adversário. Gostaria que observassem as cobranças de pênalti no link do vídeo,  preste atenção nos comportamentos ansiosos dos atletas que erraram suas cobranças e também na concentração dos que acertaram o alvo.

http://www.youtube.com/watch?v=ps_UCvvT7nw

Bastian Schweinsteiger nos dá uma aula de como realizar com eficácia um objetivo  sob  altíssima pressão contra (torcida e adversários) e a favor (suas expectativas e de sua equipe etc). Reparem, ao caminhar para a marca do pênalti ele fala consigo mesmo (automotivação), bate no peito (ativação), ele foi o jogador que mais demorou a realizar a cobrança (controle da ansiedade), andou lentamente até a marca da cal (respirou), não olhou para o goleiro, apenas se concentrou, deveria  provavelmente estar visualizando onde e como faria para acertar a meta e fazer o gol (pensamento positivo e treino mental). “Frieza alemã”? Não, controle emocional e confiança. Aprender a lidar com a pressão em momentos decisivos, a controlar a ansiedade e concentrar-se adequadamente nos momentos mais difíceis durante um partida de futebol ou em qualquer outra modalidade esportiva podem ser desenvolvidos e consequentemente  decidir a favor de quem têm esses recursos incorporados em suas rotinas de treinamento.

Mais uma vez tivemos a oportunidade de verificar que o esporte não é uma “ciência exata” (como muitos pensam), ele não tem lógica coerente e é repleto de contingências. O mais importante de tudo, o fator humano é o determinante. Portanto, as emoções e sentimentos estão a tona a todo momento, se isso já é verificável em nós espectadores, imaginem nos protagonistas?

Abraços.

Até!!!

 

 

4 comentários em “Real Madrid perdeu para a cabeça”

  1. muito bom seu comentario realmente a parte psicologica e fundamental na vitoria de um time o brasil poderia dar mais valor para psicologia esportiva

  2. foi bom seu comentario realmente a parte psicologica e fundamental na vitoria de um time o brasil poderia dar mais valor para psicologia esportiva

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