Acordei hoje às 6:30, para muitos um sacrifício, para mim foi um privilégio. Pude assistir durante quase 6 horas (5h e 53 minutos), uma final épica entre Rafael Nadal e Novak Djokovic, a final mais longa da história dos Grand Slam e também a mais longa do Aberto da Austrália. O que esses dois atletas nos proporcionaram foi uma aula de tênis na concepção da palavra, emocionante e espetacular.
Novak Djokovic faturou hoje seu quinto Grand Slam na carreira, o terceiro em Melbourne, vencendo por 3 sets a 2, com parciais de 5-7, 6-4, 6-2, 6-7 (5-7) e 5-7. O tenista sérvio triunfou sobre o rival espanhol pela sétima vez seguida em finais, sendo três dessas em Grand Slam.
O feito de “Nole” hoje comprova que ele é um super-atleta, digno de ser o número 1 do mundo. Manter-se a frente de adversários tão talentosos e competitivos como: Rafael Nadal, Roger Federer e Andy Murray é algo extraordinário.
Nadal faz jus ao apelido de “Touro” é um atleta muito duro de ser batido, talvez o mais difícil do circuito profissional. Ele não “vende fácil” uma derrota e o adversário que o vence têm de superá-lo em todos os aspectos, é por essas circunstâncias que a vitória de Novak Djokovic o torna um fenômeno do esporte.
CABEÇA DE CAMPEÃO
As capacidades físicas e emocionais estão interagindo a todo momento durante as competições, a dicotomia mente X corpo não existe no esporte. Pudemos comprovar isso mais uma vez nesse jogo. É sabido que a queda no desempenho físico também diminui capacidades psicológicas, principalmente relacionadas aos níveis de percepção, atenção e concentração. Aspectos emocionais interferem no desempenho físico e vice-versa. O que vimos hoje em Melbourne foi uma façanha histórica, a performance dos finalistas nos faz pensar que os limites físicos, técnicos, táticos e psicológicos estão sendo ultrapassados a cada encontro entre eles dois.
O quarto e quinto sets são emblemáticos do ponto de vista mental e o quanto pode influenciar nos comportamentos dos atletas. O espanhol acabara de perder o terceiro set por 6-2 e perdia por 4-3 a parcial, tendo 0-40 em seu saque. Nadal virou de forma heróica e voltou para o jogo mesmo após paralisação devido a chuva, empatando em 2 sets a 2.
No quinto set fiquei com a impressão de que Nadal venceria, já que era visível o cansaço físico de Djokovic (ele que já jogará por 4 horas e 50 minutos na semifinal contra Andy Murray há menos de 48 horas) e o “momento psicológico” de Rafa parecia ser superior. Que bom que o esporte não é uma ciência exata, e tão previsível. O que talvez faltava para Djoko fisicamente, não faltou em seu controle emocional, não é fácil recuperar a confiança em segundos diante de um adversário tão motivado e que ganhava o quinto set por 4 a 2. Um atleta autoconfiante consegue executar seus melhores golpes e jogadas mesmo jogando sob altíssima pressão, consegue gerenciar seu estresse em momentos adversos, foi o que Djokovic fez, igualando o placar em 4 a 4. Realizar façanhas impensáveis em momentos decisivos é o que separa os atletas medianos dos super-atletas, Novak Djokovic realizou feito extraordinário, superou seu esgotamento e o seu adversário, fechou o set e o jogo, entrando para a história do tênis.
O campeão disse, logo após a partida: “primeiramente, Nadal é um dos melhores jogadores da história e um dos mais importantes do circuito. Fizemos história hoje. Infelizmente, não poderia haver dois vencedores esta noite, mas eu desejo tudo de melhor para esta temporada e espero que tenhamos muitas finais como esta”. Todos nós amantes do tênis desejamos isso!!!
Que bom que estamos no início do ano e temos mais 3 Grand Slam pela frente.
Abraços.
Até!!!
Muito bom, poucos fazem comentarios sobre Tênis como você Rodrigo, e bem observado os detalhes, muito bom mesmo. Parabéns. Curti!