Tenistas contribuindo para reflexão sobre a saúde mental no esporte


Grandes tenistas do circuito profissional estão contribuindo para aumentar a reflexar sobre as questões envolvendo a saúde mental dos atletas.

Tenistas contribuindo para reflexão sobre a saúde mental no esporte




A saúde mental dos atletas é algo que está em evidências nos últimos anos. Ganhou enorme destaque recentemente após grandes estrelas da NBA e WNBA comentarem sem receios sobre essas questões pessoais para o grande público, seja através de rede social ou entrevistas. Aqui no Brasil, relatos de depressão em jogadores de futebol também tiveram repercussão positiva. Não tão engajada como os casos de atletas fora do país, infelizmente.


Nós, psicólogos do esporte, estamos já há muitas décadas literalmente, gritando sobre isso sem sermos ouvidos como o tema merece. Porém, só a alguns meses, quando Simone Biles, comentou sobre suas dificuldades psicológicas durante os Jogos Olímpicos é que ‘surpreendentemente’ boa parte das pessoas e da opinião pública se deram conta de que essa questão é extremamente relevante.

Mardy Fish

Para reforçar essa discussão, o tenista, Mardy Fish, que foi sétimo no ranking mundial e número um dos Estados Unidos no inicio dos anos 2000. Confessou num documentário recém lançado. Detalhes sobre suas dores emocionais, sobre as suas dificuldades psicológicas ao longo dos anos no circuito profissional do tênis. Onde lhe causou crises de ansiedade, de estresse e sintomas de pânico. Levando a desistir de competições importantes devido a esses episódios e se afastar por algum tempo para tratar de sua saúde.

Frases relatadas pelo atleta no filme: ” fui ensinado a não sofrer, a não sentir. Eu era treinador a não demonstrar fraqueza. Por ironia, mostrar fraqueza, medo e me abrir foi muito importante para o meu retorno.”

Pegando carona na repercussão das declarações de Fish, o treinador de vários tenistas consagrados, Patrick Mouratoglou, compartilhou de sentimentos similares.

Tenistas contribuindo para reflexão sobre a saúde mental no esporte

Outra estrela do tênis na atualidade, Naomi Osaka, já expôs seus sentimentos quanto as pressões que sofre por dar entrevistas após as partidas, assim como seu estresse e mal estar em muitos momentos da carreira. Ela abandonou o último torneio de Roland Garros, alegando não estar no seu melhor momento psicológico e também desistiu das próximas competições para cuidar de sua saúde mental e descansar.

Serena Williams é outro ícone da modalidade que no passado trouxe a tona questões relevantes relacionadas a saúde emocional. Após ser mãe, e as pessoas criticarem sua aparência física, a falta de empatia de alguns críticos e a sua sensibilidade mais aguçada por questões emocionais ligadas a maternidade.

Daniil Medvedev, atual campeão da Aberto dos Estados Unidos, venceu o número 1 do mundo na atualidade, Novak Djokovic, afirmou que após iniciar um trabalho psicológico começou a ter melhores resultados. Uma psicóloga do esporte, acompanha o atleta ao longo das principais competições internacionais.

Atletas são pessoas

Não existe segredos e nem atalhos para conseguir equilibrar as demandas e exigências psicológicas que a vida de atleta de altíssimo rendimento exige. É preciso treinamento psicológico adequado, autoconhecimento, dedicação e reconhecimento de vulnerabilidades. Por que atletas não são máquinas, são seres humanos.

Demonstrar sentimentos, falar de fraquezas, criticar as exigências e compromissos oficiais exagerados. São atos de coragem, de autonomia, de hombridade, de falibilidade. Não tem nada de negativo nisso. É momento de mudar paradigmas e romper com comportamentos ultrapassados. Os atletas precisam ser ouvidos, são os grandes protagonistas do esporte. Chega de silenciamento.

Referências:

https://tenisbrasil.uol.com.br/noticias/71235/Medvedev-se-apoia-em-meditacao-e-filosofia-Shaolin/

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Abraços …

Até !!!

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