Londres 2012

Estamos às vésperas do inicio dos Trigésimos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Confesso que me encontro um tanto ansioso, não é por menos, todos nós amantes do esporte estamos contando os minutos para que o maior evento esportivo do planeta se inicie.

Londres 2012Minhas expectativas são que tenhamos campeões “limpos”, sem dopping e sem dúvida  do mérito de suas vitórias, principalmente, que os valores olímpicos idealizados pelo Barão de Coubertin sejam realmente enaltecidos. Talvez, um tanto utópico esse desejo, mas não custa sonhar. Certeza tenho de que recordes serão quebrados, os limites físicos e psicológicos serão testados, haverá muita emoção, superação e algumas pessoas entrarão para a história do esporte daqui há poucos dias.

Teremos 258 atletas brasileiros em Londres, todos eles são pessoas especiais e estar participando já é algo digno de ser celebrado por todos nós, independente de resultados ou da cor das medalhas. Ser atleta nesse país é das coisas mais difíceis, por isso seus feitos podem ser considerados heroicos. Ainda somos pequenos no cenário olímpico, essa é a nossa verdadeira realidade, até porque como todos sabem não temos uma política efetiva e consistente de massificação do esporte. Apesar de todos os nossos problemas de estrutura, da falta de renovação em várias modalidades, mesmo com tanto investimento “nunca visto antes nesse país”, só nesse ciclo olímpico foram gastos segundo dados oficiais mais de 2 bilhões de Reais  (Lei Piva = R$ 550 milhões; Empresas estatais = R$ 520 milhões; Ministério do Esporte = R$ 644 milhões; Renúncia Fiscal = R$ 433 milhões). Portanto, podemos concluir que a questão financeira não é mais o problema e sim a gestão de todo esse montante. Mesmo assim, temos atletas e modalidades em que o Brasil é favorito ou está bem cotado para conquistar medalhas e excelentes resultados.

E quais serão as gratas surpresas nesses jogos nas modalidades individuais? Christophe Lemaitre, francês do atletismo? A saltadora brasileira, Fabiana Murrer? Laszlo Cseh, nadador húngaro? Yevgeniya Kanayeva, ginásta russa? Tom Daley, britânico mergulhador? O ginasta japonês, Koehi Uchimura? Ou nenhum deles? E as equipes? Será que teremos um novo campeão no vôlei masculino? Alguma novidade no handball feminino (quem sabe as meninas do Brasil)? Que seleção vai conseguir tirar o ouro dos americanos no basquete? Um acontecimento histórico já ocorreu antes do início das competições, todos os países pela primeira vez, terão pelo menos uma mulher representando o sua bandeira.

Outras inquietações que me fazem refletir antes do evento: será que os protagonistas em jogos anteriores irão repetir seus feitos? Usain Bolt, Michael Phelps, Yelena Isinbayeva, Dayron Robles, Ben Ainslie? Como será o desempenho de Cuba que passa por seria crise em seu regime e não conseguiu classificar sua seleção feminina de vôlei, tricampeã olímpica? E o desempenho dos chineses? Será que eles manterão sua hegemonia? E os Estados Unidos, ainda maior potência esportiva do planeta? Como se sairá, retomarão o posto de número um? E como será o desempenho dos brasileiros? Alguns atletas chegam com muitas possibilidades. Cesar Cielo na natação, a dupla de vôlei de praia Emanuel e Alisson, os lutadores Leandro Guilheiro, Everton Lopes e Diogo Silva, os ginastas Diego Hipólito e Arthur Zanetti, a saltadora Maurren Maggi, os velejadores Robert Scheidt e Bimba, o cavaleiro Rodrigo Pessoa. As seleções brasileiras também possuem chances de conquistar medalhas, no futebol, no basquete masculino, no vôlei de quadra e de praia. A “previsão” do COB é de 15 medalhas. Mas, outros brasileiros não cotados podem surpreender, eles sempre dão o ar da graça para nossa alegria !!!

Cabeça de campeão

Todos os atletas que vão aos jogos olímpicos, são de altíssimo nível, não há atleta mediano. A grande maioria deles está em seu melhor momento físico, técnico e tático, porém, será o aspecto mental sem dúvida o grande diferencial nos momentos das competições, aquele que tiver melhor preparado psicologicamente terá os melhores resultados. Há inúmeras variáveis que podem influenciar positiva ou negativamente durante a atuação. Todos os protagonistas, desde os grandes favoritos aos iniciantes, sofrerão essas influencias, as pessoas mais equilibradas emocionalmente naqueles momentos decisivos é que se consagrarão. Esporte não é ciência exata é executado por humanos, por isso mesmo, a imprevisibilidade sempre estará presente nos ginásios, nas piscinas, nas pistas, em todos os locais das competições. Esse “detalhe” é que faz toda a diferença.

Vale destacar, que sete colegas psicólogos do esporte estarão presentes nos Jogos Olímpicos de Londres, feito inédito. Eles irão pelos seus trabalhos realizados junto às confederações ou em parceira com atletas. Parabenizo os mesmos pela conquista desse espaço, já que, nos jogos passados dois dos três profissionais presentes naquela ocasião não tiveram credencial concedida pelo COB e tiveram que “improvisar” seu trabalho.  Aos poucos, vêm mudando o status de nossa categoria, dirigentes e atletas estão percebendo e valorizando nossa atuação.

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Aproveitem, momentos como esses são a cada quatro anos e passam muito rápido…

Abraços.

Até!!!

 

1 comentário em “Londres 2012”

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