Pete Sampras – Mente de Campeão

Autobiografia de Pete Sampras

Pete Sampras - Mente de Campeão O livro é excelente mesmo para quem não é fã de tênis ou para aqueles que não conhecem o esporte profundamente.

Trata-se de um relato sincero e corajoso de um dos maiores atletas de todos os tempos e de uma lenda do tênis mundial, um gênio das quadras, para alguns o maior de todos.

Sampras conquistou 64 títulos entre eles 14 Grand Slam, 11 ATP Masters Series e 5 Master Cups.

Seu relato mostra a trajetória de sua carreira em detalhes. Sampras conta seus medos, seus anseios, suas angústias, sua dedicação, sua rotina de trabalho e seus sacrifícios pessoais. Comenta sem receios sobre suas vitórias e as suas derrotas.

Abaixo reproduzerei  trechos do livro que mostram o quanto os aspectos psicológicos são importantes na vida de um atleta de alto nível.

” Foi uma bênção, de certa maneira, eu realmente não saber o que estava fazendo. Eu me mantinha simplesmente concentrado no trabalho, sem perceber os desdobramentos que meu sucesso poderia ter. Não tinha nenhuma ânsia desesperada de me tornar uma celebridade, nem atração da cidade. Gostava de jogar tênis, sentia-me bem fazendo aquilo e não via razão para que alguém não devesse ou não pudesse jogar da mesma maneira em uma quadra como já havia jogado em outra. Apenas pensei: Bem, aqui estou, fazendo o que sempre quis … Simplesmente, vou lançar  a bola para cima, sacar tão forte quanto puder e esperar acertar a linha. Psicólogos esportivos ganham a vida procurando ensinar os atletas a adotar essa atitude, mas, no meu caso. ela é natural. Tenho dúvidas se ela pode ser ensinada ou aprendida…” (p. 54).

Gênios do esporte, como Pete Sampras, de alguma maneira aprendem com as contingências de suas vidas a se concentrarem no momento certo, ao contrário do que ele pensa a psicologia do esporte possui recursos cientificamente comprovados que podem auxiliar na aprendizagem da concentração, da atenção e em outras habilidades psicológicas.

” No tênis, você sempre tem dois adversários: o outro jogador e você mesmo. Você não pode se preocupar muito com o outro jogador, além de lidar com golpes que ele dispara em sua direção. A pessoa mais importante que você tem de bater na quadra é você mesmo — aquela parte de você que está propensa a ter dúvidas, medo, hesitação e a sentir o impulso de desistir. Se estiver muito ocupado lutando consigo mesmo, como alguns jogadores, pode ser bem difícil derrotar seu adversário. ” (p. 132).

Desenvolver o autoconhecimento, a autoeficácia e a motivação principalmente nos esportes individuais são tão essencias como qualquer outro aspecto do treinamento esportivo.

” Contudo, sentia falta de minha família – muitas vezes intensamente – e não gostava de treinar na Flórida para o Alberto da Austrália durante o Natal. Talvez eu devesse ter tido alguém para conversar sobre essas coisas, um terapeuta ou algo do tipo, porque abrir mão das coisas e interiorizar tudo, negar a mim mesmo coisas simples e inofensivas como Coca-Cola e cheeseburgers, ser incapaz de conversar com alguém sobre me sentir vulnerável no jogo, ou ter medo de encontrar escapes para meus sentimentos de insegurança por receio de enfraquecer minha motivação; tudo isso tinha um preço físico e mental.” (p. 238).

Esse atleta genial nos mostrou no relato acima o quanto é fundamental em determinados momentos ter como apoio aconselhamento psicológico e emocional para poder suportar com saúde as rotinas da carreira esportiva.

Pete Sampras fez parte de uma geração de grandes tenista americanos que contava com Michael Chang, Andre Agassi e Jim Courier. Sampras foi o sucessor de grandes ídolos do tênis entre eles: Boris Becker e John McEroe. Na sua autobiografia ele nos ensina que só foi grande porque teve adversários a altura de sua grandeza , e esses fizeram com que ele se superasse para derrotá-los.

Abraços.

Até !!!

Deixe uma resposta

%d blogueiros gostam disto: