Certamente, o treino mental e a visualização são temas dos mais estudados e pesquisados na Psicologia do Esporte.
O treino mental é definido por Samulski (2002), como:
“a imaginação de forma planejada, repetida e consciente de habilidades motoras, técnicas esportivas e estratégias táticas. Deste modo, ela se aplica a um grande rol de ações possíveis e necessárias na prática esportiva.
– Antes e depois de treinos
– Antes e depois de competições
– Durante intervalos de treinos e jogos
– Em ocasiões particulares: em casa, em situações do dia a dia.
– Para todo atleta de qualquer modalidade.”
Algumas estratégias difundidas na Psicologia do Esporte, entre elas: a mentalização, a imagética, a imaginação ativa, as prática encobertas. Todas essas podem ser sinônimos de uma técnica visualiza mais conhecida por visualização. A visualização é a capacidade de “ver na sua mente” uma cena, ou de elaborar um cenário, a partir dos sentidos internos, são treinos de imaginação.
Tudo o que é imaginado (visualizações, meditações, diálogo consigo mesmo) considero como treinos mentais.
É comprovado cientificamente, que um movimento imaginado e exercitado mentalmente produz microcontrações e consequentemente uma melhoria da coordenação neuromuscular, há um efeito fisiológico significativo, no local imaginado, pois uma maior irrigação de sangue é constatada na musculatura envolvida.
A visualização é uma simulação da realidade. Quanto mais detalhista com as sensações, melhor é o resultado. Nessa técnica, podemos desenvolver aprendizagem de algo ainda não concretizado. Aprender o que não vivenciou, por exemplo, e consequentemente criar naturalidade quando for executar alguma ação esportiva. O cérebro origina uma memória do que é mentalizado, utilizando de sua neuroplasticidade.
Para Weinberg e Gould (1999), ” um atleta pode reconstruir, através, da imaginação, experiências positivas do passado ou visualizar eventos futuros com o fim de preparar-se mentalmente para o desempenho”. Nesse sentido, é possível uma experiência esportiva negativa ser enfraquecida e uma experiência positiva ser reforçada auxiliando na autoconfiança de jovens atletas, por exemplo.
Para Costa, Noce e Samulski (2016):” Observa-se que o treinamento mental é orientado para dois objetivos bastante claros ligados as variáveis do movimento (aprendizado e otimização de técnicas esportivas) e para as situações (soluções de tarefas e problemas de ordem tática no jogo). Além disso, o treinamento mental pode auxiliar nos aspectos comportamentais dos atletas, alterando oscilações de humor, ajudando a gerenciar emoções negativas e o estresse, por exemplo.
Meditações
As técnicas meditativas podem ser consideradas mistas, ou seja, fisiológicas (controle respiratório) e mentais (controle de atenção).
A Mindfulness (atenção plena ou “atenção cuidadosa”), é uma das práticas meditativas mais pesquisadas na atualidade e mais utilizadas em ambientes esportivos. É uma abordagem científica que busca desenvolver o “foco no momento presente”, ou de forma mais ampla “viver o aqui agora”. Em outras palavras para o ambiente esportivo é estar totalmente presente e imerso seja um treino ou um jogo.
Autodiálogo.
Falar consigo mesmo é um autodiálogo, na Psicologia Comportamental o nome para isso é autofala.
Todos nós falamos consigo mesmo boa parte do dia. No esporte o nosso diálogo interno tem um poder muito grande. Pode ajudar ou enfraquecer ao ponto de não conseguir realizar tarefas simples. Portanto, é muito importante ter um autodiálogo positivo, principalmente, nas competições. O diálogo interno tem de ser motivador para melhorar o foco e atenção e acolhedor diante de erros e escolhas equivocadas. Construir palavras ou frases que auxiliam em determinados momentos de ansiedade numa competição pode ser um forte aliado da preparação emocional.
Tempos de pandemia.
Em tempos de coronavírus a afetar o mundo. A grande maioria dos esportistas não está conseguindo treinar adequadamente. O treino mental tem sido uma ferramenta fundamental para manter ativo o cérebro, auxiliar na preparação psicológica de atletas e também de treinadores independentemente da idade.
A maioria dos atletas utiliza de visualizações intuitivamente. Alguns não entendem o quanto podem se beneficiar dessas práticas rotineiramente se forem incorporadas aos treinos e aos momentos de descanso. São técnicas ainda subutilizadas e até desprezadas por puro desconhecimento.
Podemos imaginar situações de sucesso de empoderamento, de atitudes de confiança. É possível imaginar situações negativas durante uma competição e como sair desses momentos. O treinamento mental não visa só melhorar o desempenho esportivo ele pode estar a serviço do desenvolvimento da saúde mental e emocional de quem o pratica.
Não se dá ainda o mesmo valor ao treino psicológico com relação as outras áreas da preparação esportiva. Esse é um erro grotesco que pode arruinar uma carreira.
Referencias:
Weinberg e Gould, 1999. Fundamentos da Psicologia do Esporte e do Exercício. Ed. Artmed.
Costa, Noce e Samulski, 2016. Treinamento Mental no Basquetebol, in: Serie Psicologia do Esporte, vol 2, Basquetebol. Brandão e Machado (org). Ed. Fontoura.
https://www.miguellucas.com.br/como-lidar-como-o-nervosismo-em-competicao/
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Abraços…
Até !!!
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