Pequenas reflexões sobre o Pan

Findado os Jogos Pan-Americano de Guadalajara, compartilho com vocês algumas pequenas reflexões.

Pequenas reflexões sobre o PanEm primeiro lugar saúdo todos os atletas brasileiros que participaram (independente da tonalidade da medalha ou da classificação), foram ao México 515 bravos compatriotas. Não é nada fácil ser atleta nesse país, muito pelo contrário,  eles são fenomenais, pois   conseguem proezas quase sobre-humanas, resultados extraordinários mesmo sem o auxilio adequado e com pouca estrutura para a grande maioria de nossos competidores.

Pensei muito na relação dos resultados esportivos entre Cuba e o Brasil. Nosso país obteve  141 medalhas (48 de ouro, 35 de prata e 58 de bronze) ficando em terceiro colocado na classificação geral entre os países. Cuba obteve 136 medalhas (58 de ouro, 35 de prata e 43 de bronze) e contou com a presença de 442 atletas, ficando apenas atrás dos Estados Unidos. Qualquer comentário com relação a atuação dos Americanos é “chover no molhado”, com uma equipe composta basicamente por atletas universitários foram os grandes vencedores.

Cuba é um fenômeno esportivo (o regime político e ideológico, não  está em questão). Eu me pergunto, como um arquipélago (minúsculo perto do tamanho territorial do Brasil) com aproximadamente 12 milhões de habitantes consegue ser uma potência esportiva? Uma das respostas é o modelo de  educação estar atrelado a massificação do esporte, ou seja, a escola serve como um grande ambiente para captação de novos talentos e permite o acesso a grande maioria das crianças e jovens. É necessário fortunas para isso? Como os cubanos conseguem com recursos escassos? Será que não poderíamos adaptar o método cubano ao nosso contexto? Uma potência esportiva se constrói em longo prazo e com massificação esportiva.

Vale ressaltar que nunca se investiu tanto em Esporte de Rendimento quanto nos últimos anos, porém, não foi gerido da maneira correta. Há modalidades em que não há renovação, não desmerecendo os atletas, mas mostra o quanto é preocupante esse modelo de gestão. É só prestarmos atenção aos noticiários (Ministério do Esporte, COB, CBF e muitas confederações mergulhadas em escândalos de corrupção e desvio de dinheiro público). O Esporte deveria ser tratado como política de Estado, não como política partidária, só dessa maneira seremos realmente uma potência olímpica.

Investir em Esporte como política de Estado, não é direcionar recursos apenas ao esporte de rendimento. É também proporcionar o acesso a atividade física a uma grande parcela da população, com o intuito de promover o lazer e a saúde. É dar acesso as aulas de Educação Física nas escolas (muitas não possuem nem quadra poliesportiva). Estudos mostram que investir nesses fatores, refletirá nos impactos dos gastos com saúde pública, diminuindo os mesmos e proporcionando prevenção de inúmeras patologias, consequentemente elevará o nível da qualidade de vida das pessoas.

Atrelar o conhecimento acadêmico  e a tecnologia é fundamental para desenvolver qualquer nação esportiva. Você sabia que o Brasil é um dos países que mais produz ciências do esporte? Nossas universidades publicam conhecimento de ponta. Nossos médicos, nossos fisioterapeutas, nossos preparadores físicos e as nossas nutricionistas  são considerados como  um dos melhores do mundo (a psicologia do esporte ainda não está nesse patamar mas, temos grande potencial para evoluir). Possuímos ciência, possuímos tecnologia, temos recursos financeiros e principalmente temos potencial humano, portanto, a questão para nos desenvolvermos como potência esportiva é puramente Política,  de Política Pública.

(o vídeo abaixo foi feito após os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, mas sua mensagem, infelizmente, continua atual !!!).

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Abraços.

Até!!!

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